Ribeiras em risco: Câmara pede apoio ao Laboratório Regional de Engenharia Civil

Versão para impressão

Professor da Universidade dos Açores sinalizou situações de risco em duas ribeiras da freguesia de São Caetano.

A Câmara Municipal da Madalena está a acompanhar o problema da instabilidade dos solos das ribeiras na encosta sul da montanha, tendo já solicitado colaboração ao Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, de forma a obter junto do Laboratório Regional de Engenharia Civil um parecer sobre a situação. Esta não é a primeira vez que os cursos de água causam constrangimentos, estando a autarquia atenta ao evoluir da situação.

O alerta foi lançado por José Carlos Fontes, hidrologista da Universidade dos Açores. Para o investigador não restam dúvidas: a Ribeira do Dilúvio e a Ribeira Grande podem vir a transbordar, criando graves problemas à população local, com eventuais perdas materiais, inclusive nas habitações próximas das áreas em
questão.

“Naquela zona, desde o Caminho do Rato até à Ribeira Grande, há duas linhas de água muito instáveis, que ora correm por um lado, ora por outro. Correm livres e já atravessaram a estrada com toneladas de sedimento (…) Entre as Lajes e a Madalena ficará interrompida a estrada, como já ficou várias vezes. Penso que há anos atrás até houve carros que ficaram limitados entre duas linhas de água, porque as duas transbordaram na estrada regional”, referiu o académico ao Diário Insular.

Perante esta situação de alerta, o Presidente da Câmara Municipal da Madalena, a Junta de Freguesia de São Caetano e o Comando dos Bombeiros Voluntários do concelho realizaram, no passado sábado, uma visita aos cursos de água problemáticos, em São Caetano, verificando a existência de sedimentos de tamanho considerável, passíveis de impedir a passagem pelo seu leito natural.

Com o fito de zelar pelo supremo interesse e segurança dos madalenenses, a Câmara Municipal comprometeu-se a acompanhar e monitorizar este problema, tendo já solicitado, numa missiva enviada ao Presidente do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, “que sejam desencadeados os procedimentos necessários a uma avaliação da situação, pelo Laboratório Regional de Engenharia Civil”.

Com este pedido de intervenção das entidades competentes, o executivo camarário visa evitar uma catástrofe, minimizar o impato na segurança da população e transeuntes e reduzir os efeitos colaterais do ponto de vista ambiental, provocados pela erosão do solo e perda progressiva de vegetação no perímetro circundante destes cursos de água, culminando na alteração paisagística destas ribeiras que desde sempre caraterizaram e embelezaram idílica e harmoniosa a paisagem basáltica da Ilha do Pico.