Arqueólogos acreditam ter encontrado artefactos antigos nos Maroiços do Pico

alt

Anzóis, pontas de metal, utensílios de basalto e fragmentos de peças de cerâmica foram alguns dos objetos encontrados pela equipa de investigadores e que serão alvo de um estudo mais detalhado, de forma a obter-se datações precisas.

Os maroiços que caraterizam a paisagem local, sobretudo a noroeste do imponente cone vulcânico da Ilha do Pico estão a ser alvo de uma investigação arqueológica, que culminou no achado de diversos artefactos, que a equipa de investigadores da Associação Portuguesa de Investigação Arqueológica (APIA) acredita serem muito anteriores à data da descoberta dos Açores pelos portugueses (1427).

Ao longo do estudo realizado, vários fatores despertaram a curiosidade dos investigadores, nomeadamente a descoberta de espaços no interior de alguns maroiços, bem como a disposição simétrica e orientada para os solstícios de Verão e Inverno de mais de uma centena destas construções basálticas.

Da preservação ao “boom turístico”.

Considerados património da humanidade, os maroiços, pela sua beleza caraterística, desde sempre despertaram a curiosidade de visitantes e locais.

“Este estudo, que visa complementar a história dos Açores, não apagá-la, é fulcral sobretudo do ponto de vista da preservação dos nossos maroiços e da maximização do seu potencial do ponto de vista turístico. Tudo o que esta investigação possa acrescentar no âmbito científico é um ganho, mas o objetivo capital é a sua promoção turística e a preservação”, salientou José António Soares, Presidente da Câmara Municipal da Madalena.

Com paralelos noutros pontos do globo, os maroiços do Pico prometem seduzir os mais céticos, num arquipélago com remanescências lendárias, onde a fantasia e a história se entrelaçam de forma tão intensa, que se torna difícil descortinar onde começa a ciência e acaba o mito.